26 de setembro de 2013

O milagre da dissolução do sangue de São Gennaro

Nápoles - Itália (Terça-feira, 24-09-2013, Gaudium Press) "Repetiu-se às 9h40 o milagre da dissolução do sangue de São Gennaro. O anúncio foi feito aos fiéis em oração na Catedral de Nápoles pelo Cardeal Crescenzio Sepe". Estas são as palavras do relatório oficial da Arquidiocese de Nápoles em relação à repetição do milagre do sangue do Santo Bispo mártir, evento que é realizado ininterruptamente desde 1389. Os fiéis acreditam que a não ocorrência do portento prenuncia uma tragédia sobre a cidade, crença que não é oficial da Igreja.

A relíquia é venerada pelos fiéis, aos quais é imposta sobre a cabeça.

A relíquia é exposta à veneração dos fiéis, três vezes por ano: no dia da festa litúrgica do Santo (comemoração de seu martírio), em 19 de setembro; no sábado anterior ao primeiro domingo de maio, e no dia 16 de dezembro. O milagre do sangue do Santo, conservado em uma ampola de cristal em um relicário especial, nem sempre acontece da mesma maneira, variando às vezes de peso ou volume, e sempre é precedido pelas orações dos fiéis. Segundo a Agência Zenit, na mesma hora da liquefação o Santuário de São Gennaro em Solfatara de Pozzuoli relatou a repetição de vermelhidão da pedra sobre a qual o Santo Bispo foi decapitado.

O Martírio é real até hoje

Em sua homilia para a festa de São Gennaro, o Cardeal Crescenzio Sepe, Arcebispo de Nápoles, afirmou que o martírio é uma realidade ainda atual para a Igreja. "Ocorreu nos primeiros séculos da Igreja, continuou ao longo da história de dois mil anos de cristianismo e continua atualmente, como se manifesta em tantos episódios de perseguição em curso em muitas partes do mundo", explicou o purpurado, lembrando a advertência de Jesus Cristo: "Se a Mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós", porque "o servo não é maior do que o seu senhor".

O Cardeal Sepe afirmou que existe uma relação muito estreita entre o sangue do Santo Bispo e da cidade de Nápoles: "O seu heroico testemunho de amor, até o derramamento de sangue, ainda sacode nossa Fé e nos incentiva a perceber a esperança de vida que habita em nós e que nenhum poder deste mundo pode roubar ou erradicar de nossos corações". A repetição do milagre deve motivar a renovação da Fé em Jesus Cristo, explicou o Arcebispo, e deve recordar a esperança na ressurreição.

"Foi esta Fé que animou São Gennaro e que deve ser a nossa razão de ser cristãos", disse o Cardeal. "As almas dos justos - lemos no Livro da Sabedoria - estão nas mãos de Deus e nenhum tormento os atingirá... Embora aos olhos dos homens estejam castigados, sua esperança está cheia de imortalidade". O Arcebispo concluiu sua homilia invocando a proteção de Deus sobre a cidade e o florescimento da justiça, a legalidade, a solidariedade, a caridade e o amor fraternal em seus habitantes.

O busto em prata que representa ao Santo Bispo conserva em
seu interior a relíquia de sua cabeça.

São Gennaro viveu na Itália no século III e foi Bispo de Benevento. Durante a perseguição do imperador Diocleciano, São Gennaro foi jogado nas chamas em um forno do qual saiu milagrosamente ileso, sem que suas roupas se afetassem pela ação do fogo. Ao fracassar nessa tentativa, foi levado ao anfiteatro para que as feras o devorassem, mas os animais se deitaram aos seus pés, sem ataca-lo. Por este motivo foi levado junto com outros cristãos à Praça Vulcan, onde foram decapitados. (GPE/EPC)
Com informações da Arquidiocese de Nápoles e Agência Zenit.


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